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Este é um apresentação do Microsoft Office incorporado, da plataforma Office .

As crianças e o risco de suicídio

Um grande estudo americano, realizado no mês passado nos EUA, demonstrou uma realidade que temos infelizmente percebido na prática nas centrais de leito: o provável aumento das taxas de ideação e de tentativa de suicídio em crianças nos últimos anos. O estudo, chamado ABCD, é o maior estudo epidemiológico já produzido neste tema em crianças. Geralmente quando se trata de suicídio são os adolescentes o público alvo dos estudos. Devido a este fato, apesar dos resultados publicados serem impactantes, não há dados suficientes para conclusão sobre a taxa de aumento de suicídio ao longo dos anos em crianças, por não existirem dados comparativos. O estudo ABCD constituiu uma amostra de 7994 crianças entre 9 e 10 anos, nos EUA. 673 crianças (8.4% delas) apresentaram pensamento suicida passado ou presente e 107 crianças (1.3%)  tiveram pelo menos uma tentativa de suicídio na vida. Segundo o estudo, quais os fatores ligados a aumento de pensamentos suicidas em crianças? Problemas ps...

Cuidados no uso crônico de anticonvulsivantes e lítio

Anticonvulsivantes O uso de divalproato pode associar-se ao aparecimento de "síndrome de ovários policísticos" .Tal síndrome deve ser entendida como uma disfunção ovariana associada a excesso de androgênio, na ausência de outros diagnósticos. Seguem algumas características básicas da síndrome, para facilitação do diagnóstico pelo médico psiquiatra: Presença de ciclos menstruais irregulares. Presença de hiperandrogenismo clínico: acne, alopécia, hirsutismo, pelo em áreas de implantação masculinas.  Presenca de diabetes, hiper insulinemia, obesidade. Bioquímico: dosagem de testosterona e testosterona livre após três meses sem contracepção hormonal, androstenediona, DHEA-S, lipidograma ( alterações comuns são diminuição do HDL e aumento de triglicerídeos), glicemia de jejum, teste de tolerância a glicose e Hb glicada.                              (Evidence based guidelines for the assessment and ma...

Anvisa determina venda de cannabis sob prescrição médica, apesar da própria Anvisa não classificar a cannabis como medicamento.

As normas que regem a venda de cannabis em farmácias, publicadas pela Anvisana RDC 327 de 9 de dezembro de 2019 podem ser resumidas da seguinte maneira:   1) Cannabis , THC, canabidiol, entre outros  não podem ser considerados medicamentos pois não sofreram a regulação necessária para medicamentos (ou seja, eficácia comprovada e segurança clínica).  2) Esses produtos não medicamentosos são chamados "produtos a base de cannabis." 3) Os "não medicamentos", conforme classificação acima, devem ser prescritos exclusivamente por médicos, com receita controlada tipo A ou B e devem ser vendidos por farmacêuticos. 4) Em caso de boa aceitação, os não medicamentos passarão a categoria de medicamentos dentro de um prazo de três anos. Ou seja, os cidadãos estarão sob teste durante esse período. Obviamente essa resolução fere um princípio básico da medicina, o de que o objeto da prescrição do médico é um medicamento, e que este deve ter segurança e eficácia comprova...

Como evitar que seu filho tenha problema com drogas?

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Maconha faz mal à saúde?

Maconha faz mal à saúde? Dados científicos atuais demonstram que a maconha apresenta danos em vários sistemas corporais, a medida que mais estudos populacionais de longa duração tem seus resultados publicados. Cito neste post as principais evidências nessa área até a presente data:  Danos ao Sistema Nervoso Central e as funções mentais: - Perda de uma média de 8 pontos de QI, principalmente se o uso é anterior aos 18 anos de idade. - Prejuízos de memória, atenção e função executiva, que revertem em período variável entre 3 e 12 meses, dependendo da cronicidade do consumo. Dificuldades de organização, planejamento, tomada de decisões e controle inibitório.  - Forte relação entre cannabis e risco de esquizofrenia: Um estudo sueco com 50 mil pessoas demonstrou que a população exposta a maconha tem risco 3.7 vezes maior de desenvolver esquizofrenia. 7 outros estudos na Austrália, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Israel e Nova Zelândia relataram aumento de até 11 veze...

Como podemos corrigir o déficit de leitos psiquiátricos em psiquiatria?

Como podemos corrigir o déficit de leitos de internamento em psiquiatria?  Hoje, dia 25 de setembro de 2019, temos na regulação estadual de saúde mental do Paraná 643 pacientes aguardando leitos em psiquiatria. Quais são os fatores determinantes desse quadro? Como corrigi-lo ? A possível correção não se baseia exclusivamente em aumento do número de leitos. Há outros fatores igualmente importantes nessa equação. Um importante fator, perceptível através da análise das regulações, é a baixa resolutividade da psiquiatria ambulatorial. Temos hoje grande demanda de pacientes solicitantes de vaga cuja doença de base não é grave porém não foi adequadamente diagnosticada e tratada em nenhum momento da história de vida dos pacientes, em nenhuma ferramenta de atenção a saúde pública. As unidades básicas não tem apoio de psiquiatra e os CAPS, única ferramenta disponível na psiquiatria SUS nesse momento, não tem condição técnica, muitas vezes por déficit de profissionais qualificad...