Maconha faz mal à saúde?
Maconha faz mal à saúde?
Dados científicos atuais demonstram que a maconha apresenta danos em vários sistemas corporais, a medida que mais estudos populacionais de longa duração tem seus resultados publicados. Cito neste post as principais evidências nessa área até a presente data:
- Danos ao Sistema Nervoso Central e as funções mentais:
- Prejuízos de memória, atenção e função executiva, que revertem em período variável entre 3 e 12 meses, dependendo da cronicidade do consumo. Dificuldades de organização, planejamento, tomada de decisões e controle inibitório.
- Forte relação entre cannabis e risco de esquizofrenia:
Um estudo sueco com 50 mil pessoas demonstrou que a população exposta a maconha tem risco 3.7 vezes maior de desenvolver esquizofrenia. 7 outros estudos na Austrália, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Israel e Nova Zelândia relataram aumento de até 11 vezes no risco de esquizofrenia na população exposta a cannabis em comparação com a não exposta. Dentre todas as drogas, somente a cannabis e a metanfetamina têm associação a psicoses crônicas demonstrada cientificamente.
- Aumento no risco de depressão, ansiedade, ansiedade social e pânico.
- Mudança de curso do transtorno de humor bipolar e dificuldades de estabilização deste.
- Risco de tentativas de suicídio 3 vezes superior em fumantes de maconha se comparados a não fumantes.
- Problemas respiratórios:
- Doenças cardíacas:
- Transtorno de personalidade:
- Acidentes com veículos automotores.
O que podemos aprender com as políticas de legalização da maconha?
A progressão de uma droga na escala de legalidade aumenta a disponibilidade social desta droga, ou seja, há um aumento no número de usuários. A exposição de maior número de pessoas ao consumo leva a maior número de pessoas doentes, em uma relação direta.
As políticas sobre drogas devem visar a diminuição total do consumo da substância, devido ao chamado "paradoxo preventivo", que determina que para diminuirmos o número de dependentes de uma droga devemos diminuir o consumo global dessa droga (em toda a população).
Portanto, do ponto de vista de saúde pública é errado legalizar as drogas.
As políticas de redução de danos são boas em si, porém também correm o risco de aumentar o número de usuários, reduzindo o dano individual da droga mas aumentando o dano à sociedade como um todo.
Também não é interessante uma tolerância social e legal ao consumo de drogas, pois as drogas atuam em uma espécie de contágio psicossocial, onde indivíduos vulneráveis iniciam o uso quando expostos a usuários frequentes.
28/10/19