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Maconha faz mal à saúde?

Maconha faz mal à saúde? Dados científicos atuais demonstram que a maconha apresenta danos em vários sistemas corporais, a medida que mais estudos populacionais de longa duração tem seus resultados publicados. Cito neste post as principais evidências nessa área até a presente data:  Danos ao Sistema Nervoso Central e as funções mentais: - Perda de uma média de 8 pontos de QI, principalmente se o uso é anterior aos 18 anos de idade. - Prejuízos de memória, atenção e função executiva, que revertem em período variável entre 3 e 12 meses, dependendo da cronicidade do consumo. Dificuldades de organização, planejamento, tomada de decisões e controle inibitório.  - Forte relação entre cannabis e risco de esquizofrenia: Um estudo sueco com 50 mil pessoas demonstrou que a população exposta a maconha tem risco 3.7 vezes maior de desenvolver esquizofrenia. 7 outros estudos na Austrália, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Israel e Nova Zelândia relataram aumento de até 11 veze...

Como podemos corrigir o déficit de leitos psiquiátricos em psiquiatria?

Como podemos corrigir o déficit de leitos de internamento em psiquiatria?  Hoje, dia 25 de setembro de 2019, temos na regulação estadual de saúde mental do Paraná 643 pacientes aguardando leitos em psiquiatria. Quais são os fatores determinantes desse quadro? Como corrigi-lo ? A possível correção não se baseia exclusivamente em aumento do número de leitos. Há outros fatores igualmente importantes nessa equação. Um importante fator, perceptível através da análise das regulações, é a baixa resolutividade da psiquiatria ambulatorial. Temos hoje grande demanda de pacientes solicitantes de vaga cuja doença de base não é grave porém não foi adequadamente diagnosticada e tratada em nenhum momento da história de vida dos pacientes, em nenhuma ferramenta de atenção a saúde pública. As unidades básicas não tem apoio de psiquiatra e os CAPS, única ferramenta disponível na psiquiatria SUS nesse momento, não tem condição técnica, muitas vezes por déficit de profissionais qualificad...

A desinformação sobre as políticas de saúde mental

A desinformação sobre as políticas de saúde mental Ricardo Manzochi Assmé "Nova nota técnica do Ministério da Saúde foi resumida de forma enviesada e seletiva, com informações manipuladas sobre a volta do eletrochoque e internamento de crianças." A Nota Técnica 11/2019, advinda da Coordenação Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde, tem sido alvo de uma polemização desnecessária na imprensa. Como sabemos, o público não especializado não costuma se ater à leitura integral de documentos técnicos, submetendo sua atenção aos resumos da norma, que por sua vez são sensacionalizados pela publicação enviesada e seletiva de partes do texto, muitas delas mal interpretadas (talvez intencionalmente). Como exemplo, temos lido que a nota é um instrumento de resgate dos chamados “manicômios”, com retorno de uso de “eletrochoques” e “internamento e abandono de crianças”. Nota-se claramente uma manipulação da informação, na tentativa de criar uma atmosfera de iminência...

Transtorno de jogos eletrônicos

    A preocupação com a relação dos indivíduos com a internet - especialmente as redes sociais- e com os jogos eletrônicos online ou offline levou a Organização Mundial de Saúde a incluir uma nova doença no esboço da décima primeira classificação internacional de doenças, a ser publicada na metade deste ano, após reunião em Genebra em maio.     Os jogos eletrônicos são potencialmente aditivos, ou seja, podem causar perda de controle sobre seu uso. O mesmo padrão de perda de controle pode estar presente em vários comportamentos humanos, como o sexual, alimentar, a aceitação social, etc.     Como explicar esse fenômeno?  O cérebro humano foi dotado de uma área especial para a produção de prazer, de neurotransmissão dopaminérgica, que por vezes pode ser acometida por desregulações em nível bioquímico e molecular.O prazer tem evolutivamente a  função de manutenção da espécie humana, pois promove o comportamento de comer, de sexo, de cuidado da prol...

Números assustadores sobre a saúde mental

Alguns números assustadores sobre a saúde mental no Brasil O brasil perde 13 leitos hospitalares ao dia. A extinção de leitos não é uma tendência exclusiva da psiquiatria. Entre 2010 e 2015, 23565 vagas hospitalares gerais foram extintas no Brasil. As especialidades com mais perda de leitos foram obstetrícia, psiquiatria, pediatria cirúrgica e cirurgia geral.  Em 11 anos o Brasil perdeu 38,7% dos leitos de internação psiquiátrica. A portaria 1631 de 2015 define arbitrariamente a necessidade de 1 leito psiquiátrico para cada 23 mil habitantes, ou 0,04 leitos por mil habitantes. Para termos de comparação, temos 0,58 na Inglaterra, 1,90 no Canadá, 0,95 nos EUA, 0,76 na Alemanha, 0,54 no Uruguai, 0.68 na Argentina. Um leito de internamento recebia diária de 26,91 reais em 2015 O valor por consulta ambulatorial no mesmo ano era de 14,03 reais. A saúde mental conta com 1,8% do orçamento do ministério da saúde. 20% da população carcerária tem doença mental. O tempo médio de perma...

Por que não legalizar a maconha?

A legalização do tabaco ocorreu em uma época histórica em que a indústria e seus pesquisadores conheciam muito melhor o potencial aditivo dessa substância se comparados aos médicos. Documentos internos da indústria demonstram que a quantidade de tabaco em um cigarro e em uma carteira de cigarro foram cuidadosamente calculados para causar dependência. Na época, seus executivos promoviam propaganda apenas para adolescentes, pois sabiam não serem necessárias propagandas para adultos e idosos, pois estes não teriam mais o direito de decisão sobre consumir ou não o tabaco, a partir do momento em que este fosse usado na juventude. Hoje, dados internacionais apontam que a mesma indústria pretende comercializar a cannabis, se utilizando de seu potencial aditivo biológico e, principalmente, psicológico. Devido a síndrome amotivacional, o usuário de maconha tem uma leve desconexão com a realidade, e passa a considerar a maconha como um remédio para os problemas da vida e uma maneira de viver com...

Meu filho não quer parar de usar drogas.Como devo proceder?

Como expliquei em postagem anterior, a tendência do usuário de drogas é manter o uso até que a balança motivacional tenda para a abstinência. Vou dar exemplos práticos: O fumante que para após um infarto, o dependente de cocaína que busca ajuda porque ficou sem dinheiro e faliu a empresa, a esposa dependente de álcool que se empenha em manter a abstinência após a dissolução do casamento. Isso é relativamente comum, infelizmente, pois o prazer provocado pela droga compete com os danos produzidos por ela, até que os danos se tornem muito graves. Se o filho não deseja parar, promova grandes dificuldades para o uso. Isso tenderá a promover motivação em parar. Se o seu filho mora em casa e não tem meios de subsistir sozinho, negocie que para que continue morando na sua casa precisa mostrar exames toxicológicos negativos em urina. Essa conduta se baseia no princípio de evitação da co-dependência. Uma vez que a pessoa está em uso de droga, não pode receber auxílios, pois esses auxílios facil...