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Mostrando postagens de 2019

Anvisa determina venda de cannabis sob prescrição médica, apesar da própria Anvisa não classificar a cannabis como medicamento.

As normas que regem a venda de cannabis em farmácias, publicadas pela Anvisana RDC 327 de 9 de dezembro de 2019 podem ser resumidas da seguinte maneira:   1) Cannabis , THC, canabidiol, entre outros  não podem ser considerados medicamentos pois não sofreram a regulação necessária para medicamentos (ou seja, eficácia comprovada e segurança clínica).  2) Esses produtos não medicamentosos são chamados "produtos a base de cannabis." 3) Os "não medicamentos", conforme classificação acima, devem ser prescritos exclusivamente por médicos, com receita controlada tipo A ou B e devem ser vendidos por farmacêuticos. 4) Em caso de boa aceitação, os não medicamentos passarão a categoria de medicamentos dentro de um prazo de três anos. Ou seja, os cidadãos estarão sob teste durante esse período. Obviamente essa resolução fere um princípio básico da medicina, o de que o objeto da prescrição do médico é um medicamento, e que este deve ter segurança e eficácia comprova...

Como evitar que seu filho tenha problema com drogas?

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Maconha faz mal à saúde?

Maconha faz mal à saúde? Dados científicos atuais demonstram que a maconha apresenta danos em vários sistemas corporais, a medida que mais estudos populacionais de longa duração tem seus resultados publicados. Cito neste post as principais evidências nessa área até a presente data:  Danos ao Sistema Nervoso Central e as funções mentais: - Perda de uma média de 8 pontos de QI, principalmente se o uso é anterior aos 18 anos de idade. - Prejuízos de memória, atenção e função executiva, que revertem em período variável entre 3 e 12 meses, dependendo da cronicidade do consumo. Dificuldades de organização, planejamento, tomada de decisões e controle inibitório.  - Forte relação entre cannabis e risco de esquizofrenia: Um estudo sueco com 50 mil pessoas demonstrou que a população exposta a maconha tem risco 3.7 vezes maior de desenvolver esquizofrenia. 7 outros estudos na Austrália, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Israel e Nova Zelândia relataram aumento de até 11 veze...

Como podemos corrigir o déficit de leitos psiquiátricos em psiquiatria?

Como podemos corrigir o déficit de leitos de internamento em psiquiatria?  Hoje, dia 25 de setembro de 2019, temos na regulação estadual de saúde mental do Paraná 643 pacientes aguardando leitos em psiquiatria. Quais são os fatores determinantes desse quadro? Como corrigi-lo ? A possível correção não se baseia exclusivamente em aumento do número de leitos. Há outros fatores igualmente importantes nessa equação. Um importante fator, perceptível através da análise das regulações, é a baixa resolutividade da psiquiatria ambulatorial. Temos hoje grande demanda de pacientes solicitantes de vaga cuja doença de base não é grave porém não foi adequadamente diagnosticada e tratada em nenhum momento da história de vida dos pacientes, em nenhuma ferramenta de atenção a saúde pública. As unidades básicas não tem apoio de psiquiatra e os CAPS, única ferramenta disponível na psiquiatria SUS nesse momento, não tem condição técnica, muitas vezes por déficit de profissionais qualificad...

A desinformação sobre as políticas de saúde mental

A desinformação sobre as políticas de saúde mental Ricardo Manzochi Assmé "Nova nota técnica do Ministério da Saúde foi resumida de forma enviesada e seletiva, com informações manipuladas sobre a volta do eletrochoque e internamento de crianças." A Nota Técnica 11/2019, advinda da Coordenação Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde, tem sido alvo de uma polemização desnecessária na imprensa. Como sabemos, o público não especializado não costuma se ater à leitura integral de documentos técnicos, submetendo sua atenção aos resumos da norma, que por sua vez são sensacionalizados pela publicação enviesada e seletiva de partes do texto, muitas delas mal interpretadas (talvez intencionalmente). Como exemplo, temos lido que a nota é um instrumento de resgate dos chamados “manicômios”, com retorno de uso de “eletrochoques” e “internamento e abandono de crianças”. Nota-se claramente uma manipulação da informação, na tentativa de criar uma atmosfera de iminência...